Também chamada de (ainda não existe um termo certo): Male Depressive Syndrome, Paternal postpartum depression, Paternal postpartum depression, Postpartum psychiatric disorder, depressed mood, and distress.
Após o nascimento de um filho, principalmente do primeiro, os homens têm menos probabilidade de sofrer de depressão do que as mulheres, no entanto existem estudos que comprovam o aumento do número de sintomas físicos e psicológicos negativos nos recém papás. A depressão pós-parto masculina tende a ser um pouco diferente daquela presente nas mulheres no que toca aos sintomas. Os homens tendem a exteriorizar o stress que sentem relativamente às exigências desta fase.
Sintomas
-Ataques de raiva;
-Rigidez afetiva;
-Irritabilidade;
-Tristeza;
-Perda completa do interesse pelo mundo que os rodeia;
-Comportamentos de abuso de drogas e álcool;
-Refúgio compulsivo no trabalho e/ou noutras atividades (como a televisão ou o exercício físico, por exemplo, com o intuito inconsciente de escaparem ao trabalho doméstico);
-Atitudes descontroladas e impulsivas como iniciar um caso extraconjugal ou abandonar a família;
-Ferem-se ou sofrem acidentes com frequência;
-Sintomas somáticos como indigestão, perda ou ganho de apetite e peso, diarreia ou obstipação, dores de cabeça e de dentes, náuseas e insónia.
Relação entre a depressão pós-parto feminina e a masculina
A presença de depressão num dos elementos do casal relacionada com o nascimento de uma criança aumenta significativamente a vulnerabilidade do cônjuge desenvolver sintomas da mesma.
Parceiros de mulheres deprimidas sentem menos suporte por parte da mulher, experienciam mais medo, confusão, frustração, raiva, desamparo e incerteza sobre o futuro. Devido a esta diminuição do suporte recebido, este deixa de ser satisfatório para o homem e afeta o seu bem-estar físico e emocional que em conjunto com as grandes exigências que o pós-parto requer, aumenta a probabilidade de também o homem ficar deprimido. Este facto também é evidente durante a gravidez, aumentando a vulnerabilidade dos homens apresentarem sintomas de depressão aquando da presença de uma depressão na parceira.
Prevalência
Estima-se que a sua taxa de incidência está entre 1 e 26% e entre 24 e 50% em homens com parceiras deprimidas. E surge durante o 1º ano de vida da criança.
Fatores de risco
Vários são os fatores que contribuem para aumentar a probabilidade dos recém papás desenvolverem sintomas de depressão ou por outro lado manterem os mesmos por mais tempo. Enquanto fatores de risco, eles apenas tornam estes homens mais propensos a ter uma depressão pós-parto comparativamente com os pais que não os têm, não querendo isto significar que seja certo que todos os homens abrangidos por estes fatores venham a evidenciar este tipo de perturbação.
Os pais estão mais vulneráveis a deprimir quando:
-A gravidez não foi planeada,
-O relacionamento entre o casal é pobre,
-A rede social é deficiente,
- Estão desempregados,
-A relação com a parceira é menos satisfatória,
-Existe um fraco suporte emocional e social por parte da família e amigos,
-Existe uma história prévia de depressão durante a gravidez ou presença de depressão no pós-parto na parceira,
-Existe uma diminuição do suporte dado pela parceira,
-A parceira sofre de Blues pós-parto,
-Têm a perceção que a capacidade da mulher para lidar com as exigências do pós-parto é baixa,
-Existe uma discrepância entre as expectativas criadas no período pré-natal e a realidade do pós-parto.
Para além destes fatores, a incapacidade de fornecer suporte e bem-estar à família, seja pela falta de recursos pessoais para lidar com as demandas da parentalidade no primeiro ano de vida da criança ou pela presença de sintomas de depressão, promove a insatisfação no homem quanto ao seu papel enquanto pai e aumenta ou desencadeia os sintomas de depressão.
Consequências negativas
A depressão pós-parto no homem afeta negativamente:
-Desenvolvimento comportamental e emocional da criança, bem como no seu bem-estar. Esta relação poderá ser evidente pelo aparecimento de sintomas comportamentais na criança, como alterações de conduta e hiperatividade, em vez dos esperados sintomas emocionais, como aflição e tristeza;
-Os próprios comportamentos de saúde e a interação positiva que os pais devem ter com o recém-nascido;
-A relação do casal, aumentando a probabilidade de separação ou divórcio;
-O bem-estar psicológico da parceira, aumentando o risco desta vir a desenvolver sintomas depressivos;
-a relação pai-filho (pouco envolvimento em atividades com o filho).
Diagnóstico, tratamento e prevenção
Ao contrário da depressão pós-parto nas mulheres, a depressão paterna apresenta sintomas de difícil reconhecimento uma vez que podem ser interpretados como sendo característicos da ansiedade natural relacionada com a mudança social e financeira nesta fase.
Para além de ser uma perturbação difícil de diagnosticar, os homens comparativamente com as mulheres, mesmo quando cientes de que estão deprimidos, têm menos tendência a pedir ajuda.
É certo que antes do nascimento da criança, os pais já podem apresentar um risco elevado de virem a vivenciar muito stress após o nascimento e por consequência desenvolver uma depressão pós-parto. Com base neste facto, os homens que durante a gravidez e o parto estão pouco informados e presentes apresentam maior vulnerabilidade de ter um período pós-natal mais stressante.
Este aspeto sugere que é de grande importância a inclusão do pai em todo o processo da gravidez e parto provindo-o de informações sobre a gravidez da parceira e sobre os problemas relacionados com a educação e os cuidados a ter no iniciar da parentalidade.
Uma vez que os homens deprimidos dificilmente pedem ajuda ou tratamento, a solução passa maioritariamente pela prevenção. Esta deve partir da iniciativa dos pais para estarem informados e darem suporte à parceira, prevenindo igualmente o aparecimento de sintomas de depressão na mulher porque esta sente-se apoiada e segura.
A participação em grupos de preparação para o parto/parentalidade que incluam o casal bem como em sessões específicas para os homens são bastante importantes para a prevenção da depressão tanto do pai como da mãe uma vez que estão ambas correlacionadas.
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